Os ônibus são locais ideais para pesquisas antropológicas. Diferentes pessoas, diferentes idades, diferentes classes sociais - óbvio que a classe social da Xuxa não está incluida aqui -, diferentes pensamentos.
Ontem eu estava em um desses maravilhosos antros culturais e me peguei prestando atenção em uma conversa que se desenrolava entre duas adolescentes sentadas no banco à minha frente.
Totalmente enxerida, eu sei.
O negócio é que o diálogo era realmente interessante, uma das garotas estava apaixonada e narrava para a amiga uma conversa entre ela e o garoto em questão.

- Ele entrou na sala e me disse oi. - diz a loira apaixonada.
- Só oi? - pergunta a outra, uma morena.
- Só. - a loira parece decepcionada com o pouco caso que a sua amiga dá ao incrível 'oi'.
- Em que tom? - a morena pergunta.
- Ah, não sei, ele parecia feliz. E acenou com a cabeça também. Ele nunca tinha me dado 'oi' antes. - a loira explica e então morde os lábios, insegura - O que será que isso quer dizer?


Está aí o foco da situação.
Foi nesse momento que eu notei que a pobre loira sofre de um problema que já nasce enraigado na mente feminina. Qual garota nunca parou alguns momentos tentando compreender algum sentido oculto em uma frase masculina?
O impressionante, porém, é que, provavelmente, o 'oi' do garoto da história significava exatamente isso.
Oi.
Não estou dizendo que o garoto não está interessado nela, ou que os dois não possam casar um dia e encher um casarão com vários filhos. O ponto é que, a intenção do garoto não era passar uma mensagem subliminar de amor através do 'oi'. Ele estava apenas a cumprimentando.
Chocante, eu sei.
Mas os homens - em sua maioria - são tão profundos quanto piscinas infantis, o que se pode fazer?